quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Vida

O ser humano tem uma grande capacidade de se indignar com a vida. Reclama. Não percebe o quanto é privilegiado e rodeado por bênçãos. Murmura. Alguém certa vez disse mais ou menos assim: “Os cachorros não precisam de roupas bonitas, carros importados, muito glamour. Um graveto apenas faz com que ele se sinta muito feliz.” Viver virou ter um carro, uma roupa, algo melhor. Ser conhecido e reconhecido. Ao mesmo tempo em que não se percebe que as bênçãos, não se brada de felicidade pelo próximo quando ele é abençoado. Inveja. Querer sempre o que os outros têm. Ser abençoado não é somente ter carro, profissão badalada. Inveja dos outros e de suas conquistas. Falta de gratidão das bênçãos. È preciso ter cuidado como enxerga-se o mundo. Saber o porquê de estar neste mundo é uma pergunta no mínimo interessante. Será que estamos hoje vivos apenas para satisfazermos nossos desejos e vontades? Não. Existe todo um propósito na criação humana. Percebemos isso quando analisamos nossas próprias atitudes. O homem nunca se satisfaz com o que tem, e sempre necessita de algo a mais pra encontrar a tão sonhada felicidade. Não poupa esforços para isso. Até porque o mundo muda todos os dias, e sempre há novidades, e sempre haverá. Podemos desfrutar das coisas que nos beneficiam? Claro. O que não se deve fazer é viver em função da novidade, do consumismo, da “moda”. Se conseguirmos entender tudo isso, entende-se também que existe uma razão em ainda estar com o coração pulsando. Se ele pulsa, ainda existe algo a se fazer. E o que fazemos? Muitas vezes fazemos o que Jonas fez. Fugimos. Claro que nem tudo na vida são flores. Então, existirão desafios. O que fazer? Fugir será a melhor opção? Ir de encontro ao seu dever, esse sim é o caminho a ser desbravado. E qual é o nosso “dever”? Talvez essa não seja a palavra adequada para traduzir esse sentimento de “realizar”. Vida. Uma palavra que muitos dizem ter, mas poucos a conhecem. Vida lembra liberdade. A liberdade sempre foi algo muito sonhado. Desde Adão e Eva, que se sentiam “presos”, e queriam ser “livres”. Liberdade para eles foi desobedecer. Os escravos que tanto sofreram e sofrem, sonhavam tanto com a gloriosa liberdade. Os índios nas mãos dos portugueses, os judeus nas mãos de Hitler, os cristãos de antigamente, as mulheres do passado, todos sonhavam com a liberdade. Liberdade tal que daria “vida”. Vida que teria um motivo de felicidade. Hoje não é diferente. Ainda nos sentimos aprisionados pela violência, pela depressão, pelo estresse, pelos políticos corruptos, pelas palavras que magoam, pelas atitudes que decepcionam. Viver em liberdade é o sonho de cada um. Liberdade gera felicidade, satisfação, regozijo, alegria, euforia, paz. Mas liberdade real só encontramos quando somos acolhidos, e nos sentimos protegidos. Parece que ficamos mais fortes, e que nada vai nos abalar. Uma alegria vem não sei de onde. Uma impressão de voltar a ser criança. Tornamos-nos super-heróis nos braços de quem nos sentimos mais acolhidos. Deus maravilhosamente realiza isso. O próprio Jesus viveu e morreu com esse sentimento todos os minutos da sua vida. Ele foi a todo o momento que passou aqui na terra livre. Ele realmente sentiu o prazer de viver, e vive. Mas, vida “verdadeira”, teremos na eternidade. Livres das barreiras que nos cercam. Viver virou sinônimo de curtição. Curtir cada segunda da vida, essa é a meta de boa parte da sociedade. Aproveitar enquanto se está vivo. Mas será que essas pessoas realmente aproveitam a vida, ou se enganam em uma falsa curtição? Pra muitos curtição é ir pra balada, pegar todas ou todos, ficar doidão e voltar pra casa carregado. Outros buscam uma vida mais “culta”, e preferem ler muito e ficar mais em casa. Qual dos dois se realiza? Realização só há com a presença de Jesus. Qualquer outro sentimento não será realização. Pode ser uma mera satisfação. Com certeza é algo passageiro, e que será perdido “ali na esquina”.

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